Era manhã, e como todas as manhãs, ele ai apanhar o metro as seis horas da manhã para ir para o seu trabalho, ele é médico, todos os dias se deita transtornado e acorda preocupado, todos os dias salva ou não vida de pessoas, todos os dias que vai para o trabalho sem uma resposta concreta, sem saber o que será o seu dia.
No percurso de trabalho, já lá vão vintes anos, nunca perdeu a vida de uma criança, é dos humanos que ele mais luta todos os dias para não o perder, e quando se fala disso à mesa ou numa conversa familiar, ele fica calado, simplesmente a ouvir.
O seu percurso naquele dia era longo, assim que chega ao seu trabalho dizem que tem uma operação a uma criança, entre a vida e a morte, ele veste a sua bata, compõem-se, faz a sua reza e entra na sala de operações, quando lá chega deparasse com a filha do seu grande amigo.
A operação começa, e a ele vem a sua cabeça todos os momentos passados com o seu grande amigo, as conversas, os passeios, as saídas à noite, os namoros, os segredos, até o parto da sua esposa que foi ele que o fez.
Ele fez nascer aquela criança, e agora pode mata-la, que injusto, a vida muitas é injusta para quem não merece, quem salva não deveria matar, vida dura a de médico.
A operação complica-se a tal criança entra em coma, e agora? como vai ele dizer isto ao seu grande amigo, como vai ele dizer que não pode ter salvo a filha do seu grande amigo.
Mas ele encheu-se de coragem e lá foi falou com o seu amigo e deu-lhe o seu apoio.
O dia continuou, ele deu as suas consultas até a ultima, e voltou a apanhar o metro as seis horas da tarde para voltar para casa.
(continua...)
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