7.4.10

Um amor e uma lição sobre o perdão

Apercebo-me de que ia depressa de mais, especialmente dado o estado da estrada que estava demasiado escorregadia devido à chuva.
À minha frente, uns bons metros à minha frente, na outra faixa estava um carro parado com o pisca esquerdo ligado. Deixei-me levar, na esperança que ele virasse a qualquer instante, mas nem se mexeu. Quando carreguei a fundo no travão já era bem tarde, derrapei e fui mesmo encalhar na sua traseira, mando-o para a outra faixa da estrada.
Os outros carros conseguiram safar-se, mas por breves instantes, reparei que os meus maus cálculos poderiam ter morto alguém e sem culpa.
Saímos dos carros e paramos ambos frente a frente, quando olhei bem para ele, deparei-me um jovem esbelto, loiro e de olhos azuis, bem vestido e bastante bem na vida. Senti-me por uns segundos descontraída, pois o jovem e eu estávamos em perfeitas condições, e no carro mal se notava que tinha havido um embate.
- Ia-me esborrachando, mulher – recriminou-me.
Comecei por desculpar-me, mas sem efeito. O jovem tinha todo o direito de estar zangado comigo, e eu lá me preparei para ouvir das boas.
Mas o jovem, por mais estranho que pareça, abanou a cabeça olhou-me nos olhos e disse:
- Foi um acidente. Não se preocupe.
Todo parou, por momentos só ouvir o bater forte do meu coração, ele era lindo, e eu não sabia como agir. Quando lhe olhei nos olhos e ele me disse aquelas palavras, tive vontade de tudo, mas ao mesmo tempo fiquei presa.
Ele apercebeu-se, e deu um longo e brilhante sorriso, agarrou-me e perguntou-me:
- Está tudo bem contigo?
Eu retribui-lhe o sorriso e respondi:
- Sim, apenas tenho o coração acelerado demais.
Ele olhou-me fixamente e tudo começou, um belo de um lindo amor, com um principio mas sem um fim e um destino certo.

Fim!

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