SHANKSVILLE, Pensilvânia.
Na semana passada, na encosta que dá para esta minúscula cidade rural da Pensilvânia, onde, há dois anos, se deu o desastre do voo 93, fui atraída por uma fotografia desbotada pelo sol, pendurada num dos quarenta anjos ali colocados para recordar cada um dos passageiros e tripulantes que morreram naquele dia. A fotografia representa uma mulher atraente de cabelos negros lustrosos, olhos brilhantes e sorriso despreocupado.
O seu nome era Honor Elizabeth Wainio, tinha 27 anos e era uma gerente regional em ascensão das lojas Discovery Channel, em Watchung, Nova Jérsia. Naquele dia, ia a caminho de uma reunião de negócios em São Francisco quando a sua vida acabou, naquele campo, às 10:06 horas da manhã de 11 de Setembro de 2001.
Enquanto contemplava aquela jovem, cuja vida fora tão breve, uma mulher mais velha apareceu e, depois de colocar uma rosa por baixo da fotografia, ficou imóvel por um longo momento.
Quando se virou para se ir embora, perguntei-lhe:
- Conhecia-a?
A mulher pensou por um momento e respondeu:
- Não, pelo menos em vida.
E assim começou uma das inúmeras histórias que continuam a erguer-se das cinzas da tragédia do 11 de Setembro.
A história de duas mães de mundos muito diferentes - uma delas, uma dona de casa cristã do mundo rural, e a outra, uma judaica do mundo urbano, com uma carreira profissional – partilhando a mesma dor e procurando consolo e amizade.
Fim!
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