4.6.11

Espera

Era noite serrada, já ninguém caminhava na rua, não se encontrava alguém para que se pudesse partilhar um olá, não havia luz, apenas a lua e as estrelas brilhavam.
Estava a caminhar numa rua da cidade e derepente decidi sentar-me no passeio, de costas para a estrada e a olhar para a parede branca, tudo me veio à cabeça mas houve um instante em que apareceu a tua imagem e a partir daí só já tive recordações tuas.
Recordo-me essencialmente dos teus sorrisos e daquilo que melhor passas-te, não consigo sequer pensar naquilo em que sofres-te.
Abri o álbum de fotografias que comigo trazia nessa noite e por pura coincidência nesse álbum só se encontravam fotografias minhas e tuas, não quis virar mais páginas mas foi mais forte que eu e viu até ao fim.
Derepente alguém passou, olhei, mas não vi ninguém e então olhei melhor em meu redor e esperei uns minutos até que te sentas-te ao meu lado.
Não falamos apenas olhamos bem nos olhos um do outro e derepente tu desapareces-te, chorei imenso por teres ido embora de novo mas por um lado estava muito contente por te ter visto mais uma vez.
Levantei-me e decidi continuar o meu caminho, sem olhar para trás, sempre na esperança que voltasses mais uma vez, só para dizer que gosto muito de ti, sim porque eu continuo a gostar de ti.
Caminhei, caminhei, caminhei e tu já não voltas-te, não consegui fazer-te voltar, então joguei o álbum de fotografias para o chão, encostei-me ao carro que estava atrás de mim, esperei e depois apanhei o álbum e fechei-o.
Voltei para casa e guardei o álbum no cofre, o mesmo cofre em que estão todas as cartas que me escreves-te e todas as coisas que me deste, e fechei-o bem à chave.
Não quero ter-te fechado no me coração, mas não quero lembrar-me dos momentos maus, mas sim dos bons, então não quero ver mais as fotografias.
Um dia hei-de voltar a olhar para trás e em vez de chorar vou sorrir ao recordar-me de tudo.
Tenho saudades,
Até já ou até breve. 


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